
Origem Histórica
A tradição remonta ao século VII, quando, durante o X Concílio de Toledo, em 656, foi determinada a transferência da Festa da Anunciação para o dia 18 de dezembro. Santo Ildefonso, sucessor do arcebispo Santo Eugênio, consolidou essa celebração, atribuindo-lhe o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria.
O Nome “Nossa Senhora do Ó”
O título Nossa Senhora do Ó surgiu devido às antífonas litúrgicas cantadas entre os dias 17 e 23 de dezembro, antes e depois da recitação do Magnificat na oração das vésperas. Essas antífonas, conhecidas como “Antífonas do Ó”, são invocações proféticas a Jesus, sem mencioná-lo diretamente pelo nome, sempre precedidas da interjeição “Ó”, expressando o anseio da Igreja pela vinda do Salvador.
As sete antífonas são inspiradas em passagens do Antigo Testamento e são dirigidas a Cristo sob diferentes títulos messiânicos:
- Ó Sabedoria (Isaías 11:2-3)
- Ó Adonai (Isaías 11:4-5)
- Ó Raiz de Jessé (Isaías 11:1)
- Ó Chave de Davi (Isaías 22:22)
- Ó Sol do Oriente (Isaías 9:2)
- Ó Rei das Nações (Isaías 9:6)
- Ó Emanuel (Isaías 7:14)
O acróstico formado pelas iniciais dessas palavras em latim, quando lidas de trás para frente, resulta em “Ero Cras”, que significa “Virei amanhã”, expressando a certeza da chegada do Salvador.

Iconografia e Significado
A imagem de Nossa Senhora do Ó é representada com a mão esquerda sobre o ventre avantajado, simbolizando a iminência do parto. A mão direita pode estar elevada em oração ou segurando um livro ou uma fonte, elementos que remetem à fonte da vida e à Palavra de Deus.
Esta devoção recorda a esperança e a preparação espiritual para o Natal, convidando todos os fiéis a se unirem ao anseio da Virgem Maria pela chegada do Salvador.
Que Nossa Senhora do Ó nos inspire a viver este tempo de Advento com fé e esperança, aguardando com alegria o nascimento de Cristo em nossas vidas!
Por: Millene Furlan de Oliveira (adaptado)




